“Assim que se olharam, amaram-se; assim que se amaram, suspiraram; assim que suspiraram, perguntaram-se um ao outro o motivo; assim que descobriram o motivo, procuraram o remédio.”
William Shakespeare
Sentado dentro do aquário que lhe cabia na seção do departamento Antônio olhava atentamente para Cláudio. O amor que aquele sentia por este parecia incondicional. A repulsa que algo dentro dele gerava também. Como poderia ele gosta de outro homem...Como poderia aquele homem não sentir o que ele sente, como pode alguém ser tão amado sem retribuir. Na terça feira, na hora do almoço, sentaram-se os dois juntos. Carmem que sempre comia com os dois adoeceu e faltara, era chance de Antônio dizer aquilo que a dias dormia em sua garganta, arranhando toda noite em sintonia com as batidas do seu coração.
- Cláudio...
- O que?
- A cinco anos que nos conhecemos...já faz bastante tempo...
- É, quantas merdas nos já não fizemos juntos, dês dos tempos de faculdade...
- Eu sempre tive varias namoradas, você sempre foi meio lerdo com isso...
- (Risos) Eu nunca gostei de ficar preso a ninguém...
- Cláudio...
- Que é?
- Acho que te amo...
Cláudio levantou da mesa e saiu andando. Nunca mas falou mais do bom dia com Antônio novamente. Chateado com a situação, mas ciente de seus sentimentos Antônio se mudou, foi morar em outra cidade, Cláudio nunca mais teve noticia do amigo.
Cláudio continua pulando de relacionamento em relacionamento e todas as meninas que leva pra casa lhe perguntam quem é o bonito rapaz da foto presa no espelho da cômoda...
Contra mentir para si mesmo o remédio ainda não foi encontrado.
(Não esperem muito do texto, só passando o tempo. Espero em 2010 conseguir escrever uma história continua)
Imagem de Caravaggio