Enquanto a academia dentro de sua fortaleza faz leituras enfadonhas de defuntos que ela insiste em ressuscitar o mundo lá fora grita batendo na porta de entrada. Apitaço, megafone, gritos de baderna, tudo que a academia parece ter abdicado pela leitura mortuária dos filósofos. Apresenta-se como um mausoléu e dentro dele se debatem aqueles poucos pensadores que ainda se reviram nos túmulos aos quais foram submetidos. A filosofia apesar de tudo ainda vive, vive na inocência das crianças que entram porta adentro do mausoléu.
Antes que sejam presos na cruz que idolatramos temos de salva-los para que eles e não nos, que já não temos essa força, quebrem as paredes do mausoléu e devolvam a filosofia ao mundo, lugar de onde nunca devia ter saído (se é que algum dia ela já tenha pertencido). Não vou aqui contra a história da filosofia portanto que ela não se torne o grilhão que prende o nosso pensamento. Se a história da filosofia tiver a necessidade de ser grilhão então essa historia tem que ser negada.
Pensar dói isso é certo, porém, também é prazeroso, talvez sejamos ao invés de amigos da sabedoria masoquistas do saber.
As cadeiras rangem no silêncio das leituras mortuárias.
Eu os odeio, sei que me olham e quando ô fazem, me coisificam. Isso me irrita, não queria que me vissem.
Queria ser invisível.
mestre-discípulo-mestre-discípulo≠revolucionário
Vamos quebrar a corrente.
Imagem de Johannes Vermeer
Artigo da Obvious
Musica Mora na Filosofia - Caetano Veloso
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