domingo, 5 de outubro de 2008

Desejo


- É bom ver você aqui...

- Eu não preciso de você...

- Mas eu preciso de você...

- Não me importo...

- É isso, só isso? Assim que termina...?

- Sim.

A porta se fecha. Num movimento seco, porém contido, Maria se vira e vai embora. Do outro lado da porta Matheus desaba. Senta e chora. Um choro incontrolável, inexplicável, inexperiente. Duas semanas depois...

- Oi...

- Oi...

(Silêncio)

- Eu preciso de você...

- Não quero saber...

Do outro lado da linha Maria bate o telefone. Com o telefone ainda na mão Matheus desaba. Senta e chora. Um choro incontrolável, inexplicável, entretanto já experiente. Duas semanas depois...

- É bom ver você aqui...

- Eu não preciso de você...

- Mas eu preciso de você...

- Não me importo...

- É isso, só isso? Assim que termina...?

- Sim.

A porta se fecha. Num movimento seco, porém contido, Matheus se vira e vai embora. Do outro lado da porta Maria desaba. Senta e chora. Um choro incontrolável, inexplicável, inexperiente. Duas semanas depois...

- Oi...

- Oi...

(Silêncio)

- Eu preciso de você...

- Não quero saber...

Do outro lado da linha Matheus bate o telefone. Com o telefone ainda na mão Maria desaba. Senta e chora. Um choro incontrolável, inexplicável, entretanto já experiente. Duas semanas depois...

_____________________________________________

O desejo incontrolável de se estar com alguém só surge na perda da necessidade desse alguém de estar contigo. Nessa linha amigável apuramos nossos sentidos em busca de desilusões que nos apreendam na falta que o outro faz dentro de nós. O outro, parte de nós, tão seu, na distancia perfeita do não precisar de mim.

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- Saia.

- Porque?

- Porque hoje preciso de você...

- E eu de você...

Fizeram sexo por duas semanas, nunca tão próximos, nunca tão distantes.

Cada gozo um minuto,

de pura intensidade,

de pura necessidade,

de saber que não precisão,

ao mesmo tempo,

um do outro

e mesmo assim se desejam.


Imagem de Balthus

3 comentários:

Vicky disse...

''O desejo incontrolável de se estar com alguém só surge na perda da necessidade desse alguém de estar contigo. Nessa linha amigável apuramos nossos sentidos em busca de desilusões que nos apreendam na falta que o outro faz dentro de nós. O outro, parte de nós, tão seu, na distancia perfeita do não precisar de mim.''

...é no mínimo coerente, mas sei lá, acho que existem outras coisas.O problema é coisificar as relações humanas, e por ela como problematizações...como se relacionar fosse apenas o material, e como consequencia o fim trágico...sei lá...só sei que é preciso paixão...E que eu acredito em sentimentos que possam estar acima de toda a problematica ser humano x ser humano.Relações são fantasticas e movem o mundo.

Natalia Vieira disse...

To precisando não precisar de muita gente...
bj

Anônimo disse...

ta faltando um pouco de romantismo...