domingo, 15 de junho de 2008

Curtas


Loucura. Tem alguma coisa melhor que a consciência das nossas próprias loucuras. Quando as percebemos parecem que se vão como borboletas, com um destino que nos apraza, e quando não estamos olhando nos retornam e ao pousarem em nossos ombros nos tornam flor da genialidade. Ninfas que nada, quero borboletas que me levantem para que com elas alcance eu o sol, mas não como Icaro, não serão derretidas minhas rêveries, pois as borboletas, diferentemente da cera, não tem outra forma se não em vôo. Todavia não posso me esquecer da lagarta. Já seria ela borboleta em seu âmago? Não sei se borboleta já era, mas que não se parecia borboleta é certo. E a flor em botão, já seria ela flor em seu âmago? Novamente não sei, só sei que não parecia.
E eu animal, humano já sou?
Afinal não saberia dizer.

Imagem de William-Adolphe Bouguereau

3 comentários:

Natalia Vieira disse...

"Afinal não saberia dizer."[2]

Mayara Bandeira disse...

Na primeira palavra desse curta, achei graça, porque hoje fiquei uns 5 minutos parada na livraria, em frente a "O Elogio da Loucura", pensando se levaria ou não...enfim.


Só sei que não se parece...

Vicky disse...

''Tem alguma coisa melhor que a consciência das nossas próprias loucuras''

borboleta pequenina...
=*