quinta-feira, 22 de maio de 2008

Curtas


Do lado de fora as pessoas ao seu redor se matavam, do lado de dentro ela se matava. Enquanto esperava sua carona para lugares distantes olhava pela janela e via o mundo lá fora. Tão próximo e mesmos assim tão distante do seu, mesmo que para nos isso pareça uma incongruência. Ela ao observar de sua janela não via um tempo mais sim todos, juntos e misturados enquanto pensava si a humanidade realmente possui algum tipo de futuro. Sendo ela vidente de todos os tempos e assim também possuidora do tempo futuro fez o favor de me contar, mas não te aquietes não lhes falarei qual futuro viu ela, se é que viu um futuro para a humanidade. Minha historia é apenas de sua despedida, que foi simples e breve. Era uma tarde quente de março, bati a porta do seu quarto e perguntei-lhe se aceitava um café, ela fez que não com a cabeça e disse-me que estava de saída, me pediu que lhe amarrasse o lenço e enquanto eu o fazia ouviu-se três batidas na janela. Ela se levantou, abriu a janela e depois de apresentar-me seu colega montou em seu peixe voador e partiu. Não me falou quando voltava e nem pra onde ia, o nome do seu colega o tempo me tirou da memória, mais aquele peixe eu jamais esquecerei. Como queria hoje pedir-lhe que me levasse com ela, mas ela a muito se foi.

Imagem de Hieronymus Bosch

Ps.: A sim! O nome do cavaleiro de peixe, se é que posso chamá-lo assim, era Imaginação.

3 comentários:

Natalia Vieira disse...

P.S.: Vc esqueceu o sobrenome do cavaleiro...
Fértil!!
rarararara
bj

Mayara Bandeira disse...

huuummmmm...
me caiu bem.

Vicky disse...

leve pluma,suave,coisa nenhuma...
=*