domingo, 29 de março de 2009

Curtas



Minhas leituras mudaram, meus interesses também. Mesmo assim sinto que não mudei. Confedero-me o mesmo e isso me angustia. A vida parece afundar em uma areia movediça no meio de uma exuberante selva amazônica. Eu vejo a sua imensidão, onde minha vista não alcança eu sinto ainda faltar muito para essa imensidão acabar. Sinto me pequeno, sinto me impotente também. Pequeno perante a imensidão e impotente por estar dentro da areia movediça. Sim, estou dentro e quanto mais me mecho mais longe fico da borda, mais longe de me mover verdadeiramente. Afinal afundar não é se mover, se aqui aplico uma metáfora não existe melhor metáfora do que a da areia movediça para representar a vida. Quanto mais você vive mais perto esta de morrer. E infelizmente só podemos ir até onde nosso corpo e mente alcançam só o que neles vivemos. Casca de arvore que nos impe de voar. E que vá para o inferno os aviões, as aves é que são livres, levemente livres.

Imagem de Willem van Aelst

2 comentários:

Lola disse...

todo mundo muda...quando a mudança é quista, é mais perceptível..quando não conseguimos abandonar idéias mofadas... é mais disfarçada..cabe a vc estar atento à ajuda q vem de fora, agarrar o galho com força..e sair dessa areia movediça!

friocomopedra disse...

Sê ave! e limpe as asas